Realizou-se hoje de manhã, na cidade da Praia, a segunda reunião do Comité de Pilotagem do Projecto de Apoio à Parceria entre o Centro de Energias Renováveis e Manutenção Industrial (CERMI) e o Centro de Competências do Luxemburgo, que se iniciou em Janeiro do presente ano e tem a duração de 3 anos, contando com o financiamento do Governo do Grão-Ducado.
O encontro serviu para fazer o ponto da situação do andamento do programa, em todas as suas valências. Foi analisado, com a apreciação positiva de todos os participantes, o desenvolvimento das etapas legais do processo, as acções concretas já desenvolvidas e a gestão financeira do projecto.
No acto de abertura, a Encarregada de Negócios da Embaixada do Luxemburgo na cidade da Praia destacou o carácter inovador do projecto, indicando que, embora contando com o envolvimento dos dois governos, não corporiza uma acção clássica de cooperação, mas “procura facilitar uma associação estratégica entre duas entidades que criam uma Parceria Público-Privada, (…) em paridade, igualdade e confiança mútua”.
Para Angèle da Cruz, “o carácter inovador do projecto e o objectivo de garantir o mais estrito equilíbrio e equidade entre os parceiros” são aspectos muito apreciados” pelo Governo do Grão-Ducado, nomeadamente pela Ministra da Cooperação e da Acção Humanitária daquele país, na sua recente visita ao CERMI, pelo que “irão inspirar” o futuro das relações entre os dois Estados.
O acto de abertura da reunião do Comité de Pilotagem foi presidido pelo Vice Primeiro e Ministro das Finanças, para quem o que está em causa com a aposta nesta parceria é “diversificar a economia” cabo-verdiana, que “não pode ser um país ancorado na mono-cultura do turismo”, que embora crie empregos, “estes são muitas vezes não-qualificados e mal remunerados”.
“Não podemos permitir que os nossos jovens licenciados e formados, engenheiros e técnicos, estejam a trabalhar em sectores que não correspondam à sua qualificação”, referiu o governante.
Recordando o facto de Cabo Verde se estar a posicionar como uma plataforma industrial e comercial, “não é possível”, afirmou, “chegar a esse objectivo sem uma redução substancial de certos factores, nomeadamente a energia”, pelo que é necessário “investir na eficiência energética e na adopção de tecnologias e soluções que permitam essa redução e ter, em Cabo Verde, uma plataforma industrial que crie empregos e novas oportunidades” para os jovens e não só.
“É aqui que entra a parceria com o Luxemburgo, em duas áreas que são fundamentais e estão interligadas: a educação e formação profissional de qualidade em todas as ilhas, e as energias renováveis. O Estado tem de fazer duas coisas importantes, que são preparar a juventude cabo-verdiana – área na qual temos contado com um forte apoio do Luxemburgo – e abrir espaços para que os investidores e as empresas criem empregos para esses sectores de futuro”, defendeu Olavo Correia.
Quanto ao projecto em causa, o governante considerou ser “muito importante que o CERMI tenha este tipo de cooperação com instituições com mais experiência, e seja capaz de criar condições para, neste caso com o financiamento do Luxemburgo – em cerca de 4 milhões de euros – se desenvolverem competências direccionadas para a prestação de serviços em Cabo Verde e, igualmente, exportar os mesmos para o mundo, nomeadamente para a nossa sub-região”.
Na abertura dos trabalhos propriamente ditos, o Presidente do Conselho de Administração do CERMI considerou alguns dos aspectos mais importantes do projecto, assim como o seu impacto previsto para o futuro da instituição e na sua relação com o Centro de Competências de Cabo Verde (3C).
“A Transição Energética, a criação de um Hub de Prestação de Serviços em Cabo Verde, a Sustentabilidade Tecnológica e Financeira do CERMI, a Introdução de Standards Europeus na formação que ministra e a materialização do conceito de Campus Tecnológico”, foram alguns dos aspectos referidos como “inovadores” por Luís Teixeira.
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