O Centro de Energias Renováveis e Manutenção Industrial (CERMI) vai desenhar, em colaboração com a Associação de Pais e Amigos de Crianças e Jovens com Necessidades Especiais (Colmeia), soluções práticas de acolhimento, na sua acção formativa, de pessoas com deficiência que, de outra forma, ficam em grande parte, excluídas das oportunidades de capacitação profissional e emprego.
Esta perspectiva foi analisada durante uma visita feita pelo administrador executivo do CERMI, Luís de Pina, àquela organização, no quadro da responsabilidade social que o CERMI elegeu como compromisso e que tem vindo a desenvolver.
“O actual Conselho de Administração, quando iniciou funções, em 2017, elegeu logo a questão da inclusão social como uma das suas bandeiras. Nesse âmbito, temos vindo a trabalhar com várias instituições e organizações da sociedade civil que intervêm nessa área, e é assim que surge a visita de hoje à Associação Colmeia, que nos deu a oportunidade de conhecer o trabalho que desenvolvem e discutir como é que o CERMI pode ajudar essa organização, que cuida essencialmente, e de forma muito activa, de jovens e crianças com deficiência intelectual”, explicou aquele responsável.
Luís de Pina indicou ter conversado com os responsáveis da ‘Colmeia’ sobre a integração desses jovens, nomeadamente através da formação mas, também, “pela via de outros tipos de actividades e oportunidades que podem surgir e sobre as quais as duas partes irão reflectir”.
Não será uma tarefa fácil uma vez que existem entraves a ultrapassar, mas tanto o CERMI como a Colmeia estão “muito empenhados” nessa parceria que terá “um forte alcance social”, segundo referiu o administrador do centro.
“O CERMI não dispõe especificamente, de momento, de ofertas formativas para pessoas com necessidades educativas especiais, mas está no nosso plano corrigir rapidamente essa insuficiência. Uma das prioridades é preparar os nossos formadores na área da pedagogia voltada para pessoas com deficiência, e a própria ‘Colmeia’ vai organizar no mês de Setembro, juntamente com uma congénere portuguesa, uma formação nesse domínio. O CERMI já foi convidado para apresentar candidatos e vamos fazê-lo para podermos dotar os nossos docentes dessa valência, que, entretanto, terá que ser complementada com outros aspectos consentâneos com a natureza dos cursos que ministramos”, adiantou.
O CERMI, entretanto, já trabalha com pessoas com deficiência, nomeadamente de natureza física, uma vez que, no âmbito da sua responsabilidade social, coopera com o Comité Paraolímpico Cabo-verdiano (COPAC) e com a ADEVIC, para apenas se citarem alguns exemplos.
Mas o projecto de inclusão social que o CERMI desenvolve é abrangente, beneficiando não apenas pessoas deficientes como, igualmente, os seus familiares. Neste momento o centro acolhe cerca de 40 jovens de famílias que têm membros com esse tipo de problemas, por entender que, formando e empoderando, financeiramente, através da formação e de futuros empregos, membros dos agregados, está a ajudar a cuidar dos próprios deficientes.
No concreto, no que diz respeito à visita de hoje à ‘Colmeia’, Luís de Pina adiantou que os responsáveis dessa associação ficaram de fazer, em breve, uma visita ao CERMI para se discutirem, de forma mais detalhada, os aspectos práticos de uma futura cooperação formal, sendo a ideia principal “desenhar um plano de formação adaptado à necessidades desses jovens”.
“A nossa responsabilidade social envolve outras vertentes e outras instituições porque sabemos que desenvolvem um trabalho extremamente importante na área social, em benefício dos jovens deficientes cabo-verdianos, e não só, ou que tenham outro tipo de problemas”, concluiu o administrador executivo do CERMI.
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