O Mali e o Níger são os próximos países da CEDEAO onde o CERMI pretende reforçar, efectivamente, a sua ancoragem regional ao nível da África Ocidental, através do estabelecimento de parcerias com instituições públicas e privadas, com o objectivo de promover a transição e a eficiência energéticas.
Razão pela qual uma missão do CERMI, representada pelo seu Administrador Executivo, Luís de Pina, e do projecto de Reforço da Ancoragem Regional na CEDEAO, na pessoa do seu coordenador, Jansénio Delgado, efectuou uma visita de trabalho a esses dois países oeste-africanos, tendo os resultados sido “francamente positivos”.
“Tendo em conta as matérias discutidas, os interesses identificados como comuns e os objectivos que tanto Cabo Verde como o Mali e o Níger elegeram para o sector, posso dizer que esta missão foi bastante produtiva, dentro da óptica que traçámos”, considerou o administrador Luís de Pina, adiantando que as instituições contactadas demonstraram “muito interesse” em estabelecer parcerias com o CERMI.
Cada país tem as suas características mas as necessidades são idênticas, referiu aquele responsável, que identificou a “carência de mão-de-obra especializada” no domínio das Energias Renováveis e da Manutenção Industrial como uma realidade comum, e que urge ultrapassar, uma valência em que “o CERMI pode contribuir através da sua capacidade de formação e da sua especialização”.
“Posso dizer que as oportunidades são grandes e tudo vai depender da nossa agressividade e da nossa diplomacia económica, além da capacidade de formatação de produtos e serviços direccionados a esses países, para que possamos estabelecer parcerias frutíferas para todas as partes”, indicou o Administrador Executivo do CERMI.
Luís de Pina explicou que existem, na CEDEAO, muitas instituições que já trabalham no mesmo ramo de actividade do CERMI, sendo, no entanto, necessário “elevar o nível das qualificações e da formação de mão-de-obra”, domínio onde persistem “enormes desafios” que o centro pode ajudar a colmatar.
Em termos gerais, adiantou, existem três ou quatro países da CEDEAO com estratégias claras no que respeita às Energias Renováveis, enquanto os restantes estão à procura de dar os primeiros passos, no início de um processo em que podem ser ajudados pelo CERMI e pela experiência cabo-verdiana, em articulação com os governos, com a CEDEAO e com as agências competentes da comunidade.
“De modo geral temos tido bom acolhimento em todos os países da CEDEAO e as instituições locais têm-se mostrado abertas a uma possível cooperação com o CERMI”, afirmou Luís de Pina adiantando que todos apreciam grandemente o nível tecnológico, as competências humanas e as condições de formação e capacitação, além da capacidade de criar e executar projectos” que o centro detém.
Sobre a competitividade do CERMI para concorrer no mercado da CEDEAO com instituições congéneres, o Administrador Executivo não tem dúvidas de que o centro “tem condições para isso”, mas considera essencial que outras entidades cabo-verdianas deem as suas contribuições para a conquista desse espaço, nomeadamente o Ministério dos Negócios Estrangeiros, através de uma forte diplomacia económica, como aconteceu em relação ao Núcleo Operacional da Sociedade de Informação (NOSI).
A missão em referência, ao Mali e ao Níger, aconteceu no quadro do projecto de Reforço da Ancoragem Regional do CERMI na CEDEAO (CVE/881), com financiamento e assistência Técnica da União Europeia e do Luxemburgo.
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