Terminou hoje, no Centro de Energias renováveis e Manutenção Industrial de Cabo Verde, mais uma acção de formação de formadores da África Ocidental, no quadro do projecto de Reforço da Ancoragem Regional do CERMI na CEDEAO, que conta com o financiamento e a assistência técnica da União Europeia e da Cooperação Luxemburguesa.

Dirigida a todos os países francófonos da região e beneficiando igualmente representantes da Guiné Bissau e Cabo Verde, esta iniciativa centrou-se sobre a Eficiência Energética de Edifícios, contando com um formador, especialista na matéria, da própria região.

“Foi um exercício de capacitação de quadros da CEDEAO em matérias relacionadas com a Eficiência Energética de Edifícios, mas constituiu igualmente uma oportunidade para troca de experiências e de conhecimentos sobre o que se faz, nesse domínio, em todos os países francófonos da sub-região”, considerou, no acto de encerramento da formação, o coordenador do projecto.

A iniciativa teve, como desfecho, outros resultados importantes, segundo Jansénio Delgado: “Esta oportunidade permitiu-nos, igualmente, densificar a rede de formadores em Energias Renováveis da CEDEAO, um instrumento muito importante para uma transição energética efectiva nos nossos países. Esta capacitação teve a particularidade de contar com um formador da sub-região, o senhor Francis Samporé, o que também é de assinalar uma vez que ele conhece bem a África Ocidental e as realidades de todos os países aqui representados”.

Em nome dos participantes, Bagui Diarra, do Burkina Faso, expressou a sua satisfação pela qualidade da formação e pela forma como foram acolhidos no CERMI, destacando o que foi aprendido e a importância do conteúdo da capacitação em referência.

“Ao longo da formação pudemos aprender um vasto conjunto matérias relacionadas com o subsector da Eficiência Energética que constitui, hoje em dia, uma valência incontornável para o desenvolvimento dos nossos países. Saúdo, em particular, a iniciativa de congregar expertises da CEDEAO para a realização desta formação, uma vez que se trata de pessoas que conhecem as nossas realidades e estão em condições de adaptar as soluções que existem a cada um dos diferentes países”, referiu aquele participante.

Para o Administrador Executivo do CERMI, “o objectivo principal do projecto é formar formadores que irão dar corpo ao desafio da transição energética, através, nomeadamente, do incremento da eficiência energética de edifícios nos países da CEDEAO”. Luís de Pina deixou ainda a certeza de que os participantes “saberão aproveitar ao máximo” o que levam do CERMI e da capacitação hoje concluída.

“Importante ainda é o facto de poderem replicar o que aqui aprenderam e as experiências aqui partilhadas entre todos. Isso pode ser feito de diferentes maneiras, nomeadamente organizando, por vossa iniciativa própria, acções locais de formação, ajudando a alargar a rede de especialistas que queremos pôr de pé, em matéria de Energias Renováveis, na sub-região”, perspectivou, em jeito de sugestão, aquele membro da Conselho de Administração do CERMI.

No acto de encerramento da formação de formadores dos países francófonos da África Ocidental participou, igualmente, o responsável da Lux-Dev, agência que executa as políticas da Cooperação Luxemburguesa.

“É uma grande honra para nós colocar as nossas capacidades e competências, com o apoio financeiro da União Europeia, à disposição dos países da CEDEAO. Esta vertente da formação, que gerimos, faz parte de um programa muito mais vasto que incide sobre a melhoria da governação no sector da energia, na África Ocidental. Nós esperamos, assim, colocar a nossa pedra neste edifício que queremos construir em conjunto”, garantiu François Bary.

O representante da Cooperação Luxemburguesa adiantou ainda que a eficiência energética “constitui um dos desafios mais importantes do desenvolvimento da região oeste africana, nomeadamente para Cabo Verde, com a sua condição arquipelágica particular, mas igualmente para todos os países da CEDEAO”. “Devemos, pouco a pouco”, incentivou, “romper a dependência em relação às energias fósseis, apostando fortemente nas Energias Renováveis e na Eficiência Energética”.

DO lado da União Europeia falou Ana Sofia Silva, que garantiu que os países da CEDEAO “podem contar sempre com o interesse e a disponibilidade da UE para continuar a trabalhar, com os países da sub-região, neste domínio essencial”. Segundo aquela responsável, “uma formação na área das Energias Renováveis é, nesse quadro, muito importante, e enquadra-se nas prioridades que a União Europeia definiu para a sua cooperação” com os países em questão.

“Como sabem, a nova Comissão Europeia, que acaba de ser eleita, identificou a questão da luta contra as mudanças climáticas como um dos seus principais desafios, e neste sentido, quando vemos actividades e iniciativas que, como esta, vão ao encontro desse objectivo, saudamos e apoiamos”, afirmou Ana Sofia Silva. 

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