O Centro de Energias Renováveis e Manutenção Industrial (CERMI) de Cabo Verde e o Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial (INEGI), de Portugal, vão cooperar em diversas áreas de interesse comum, prevendo-se a montagem e a execução de projectos comuns, além de acções que possam ajudar o CERMI a aceder a fundos da União Europeia para desenvolver as suas actividades, é o que estabelece um protocolo ontem assinado, na cidade da Praia, entre as duas instituições.

De entre as potencialidades a explorar, o Presidente do Conselho de Administração destacou, falando à imprensa, a área da formação, nomeadamente de alto nível, a investigação, virada para a indústria, e actividades ligadas à realização de estudos e ofertas de consultoria, domínios em que o INEGI detém uma grande experiência europeia e o CERMI pontua ao nível de Cabo Verde e da CEDEAO.

A África Ocidental é, aliás, um mercado apetecível para aquela instituição portuguesa, e para avançar nessa direcção a parceria com o CERMI será fundamental, uma vez que este centro encontra-se, neste momento, em fase de penetração efectiva na CEDEAO, através do Projecto de Reforço da Ancoragem Regional, que é financiado pela União Europeia e conta com a assistência técnica da Cooperação Luxemburguesa.

“São muitas as oportunidades a explorar ao abrigo deste protocolo, e nós colocamos o foco em diversas áreas, nomeadamente a formação de alto nível, que o INEGI pode ajudar-nos a densificar, uma vez que já temos este tipo de ofertas em colaboração com outros parceiros, tanto do continente africano como da Europa”, destacou Luís Teixeira.

Assim, segundo aquele responsável, pode trazer para o CERMI especialistas do INEGI da FEUP, ao abrigo do protocolo acabado de assinar, para apoiarem o centro na montagem conjunta de acções de formação de alto nível, não apenas no sector da energia como, igualmente, na área das finanças e da mobilização de recursos.

A investigação nas áreas do saber que implicam o CERMI e o INEGI é outro domínio em que as duas instituições vão cooperar. Aquele instituto português tem experiência na pesquisa virada para a indústria, e uma ligação muito forte com o setor empresarial português, pelo que, segundo o PCA do CERMI, é necessário “aproveitar essa experiência e fazer a mesma coisa aqui em Cabo Verde”.

O foco dessa investigação recairá, de acordo ainda com o PCA do CERMI, nas Energias Renováveis e em domínios críticos para Cabo Verde como, por exemplo, a mobilização de água, a exploração dos recursos dos oceanos e a microprodução a partir de fontes renováveis, tendo em vista a transição e a eficiência energéticas.

São possibilidades em cuja concretização o INEGI poderá ser “um parceiro muito importante”, ajudando o CERMI igualmente na mobilização de recursos para a área da investigação, indicou Luís Teixeira, que pôs igualmente em evidência a área de estudos e consultoria, não apenas para o mercado cabo-verdiano como, também, para a África Ocidental.

“Nas inúmeras missões que temos realizado aos países da CEDEAO percebemos que existem muitas oportunidades, que poderemos aproveitar melhor com o concurso do INEGI, que tem todas as condições para se associar ao CERMI na penetração no mercado da África Ocidental”, concluiu.

Todas estas perspectivas têm todas as condições para se materializarem, confirmou por seu lado o Diretor Coordenador para a Consultoria e Serviços do INEGE, Rui Pedro de Araújo Sá, que explicou que a sua instituição já é “um centro de referência na área de inovação e transferência tecnologia em Portugal mas também a nível europeu”, o que possibilita condições para uma boa parceria com o CERMI.

“A formação especializada de quadros superiores, o desenvolvimento de projetos de consultoria, nomeadamente no âmbito da CEDEAO, explorando as competências e as virtualidades do CERMI e do INEGE, que podem, nesse particular e com relação à África Ocidental, constituir um consórcio muito competitivo na concorrência a projectos que venham a ser desenvolvidos nesses países, são possibilidades que iremos explorar”, garantiu Rui Sá.

Esse responsável recordou que o INEGI tem uma grande experiência e dispõe de uma rede funcional de colaboração dentro da União Europeia, além da participação em importantes projectos ao nível daquele continente.

O protocolo de cooperação entre o CERMI e a INEGI foi assinado no âmbito de uma visita de trabalho de uma delegação da Direcção-Geral de Energia e Geologia de Portugal, enquadrada numa missão institucional e empresarial visando dar corpo ao Acordo de Cooperação celebrado entre os governos dos dois países em Dezembro de 2012.

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